O governo de Santa Catarina editou um decreto que veta a linguagem neutra em todas as
escolas públicas e privadas do estado. A medida foi publicada na terça-feira (15) pelo
governador Carlos Moisés da Silva (PSL) após a proposição da deputada estadual Ana
Caroline Campagnolo, do mesmo partido.
O decreto estabelece que documentos escolares oficiais, provas, grade curricular, material
didático, comunicados e editais de concursos "não trarão novas formas de flexão de gênero
e de número das palavras" e obriga uso da norma culta da Língua Portuguesa.
'Menine', 'todxs', 'amigues' são exemplos da linguagem ou dialeto neutro, que é conhecido
também como linguagem não-binária. O seu uso passou a ganhar mais visibilidade nos
últimos anos para tornar a língua mais inclusiva para pessoas transexuais, travestis,
não-binárias ou intersexuais.
Segundo o governo, na prática, o "conteúdo não fará referência à linguagem do gênero
neutro, inexistente na língua portuguesa e que apresenta contrariedade às regras
gramaticais consolidadas no país"
Após o anúncio do decreto, a deputada estadual Ana Caroline Campagnolo, apoiadora do
presidente Jair Bolsonaro, afirmou em uma rede social que a decisão evita "prejuízos
educacionais provocados pela aberração linguística que chamam de 'linguagem de gênero
neutro'".
Fonte: G1
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