O Conselho Tutelar de Guatambu, no Oeste catarinense, recebeu nesta semana
oito relatos de alunos que teriam sofrido abuso sexual na cidade. Segundo os
conselheiros, os estudantes se encorajaram a denunciar os casos após palestras
sobre educação sexual oferecidas nas escolas. As violências, segundo os
conselheiros, teriam acontecido dentro do convívio familiar.
Segundo a conselheira Rosangela Schmidt, que participou das ações, os
estudantes que fizeram os relatos estão tendo acompanhamento psicológico. A
profissional comenta que o número de denúncias foi uma surpresa. "Não
imaginávamos", diz.
A prefeitura informou que os estudantes são adolescentes e procuraram ajuda
através das conselheiras, do diretor da escola e da própria palestrante. "Todas
ocorrem em sigilo e estão em averiguação", destacou, em nota.
Segundo a prefeitura, as 14 palestras foram destinadas a crianças e adolescentes
entre 6 e 18 anos e acontecerem entre 9 e 17 de maio, em alusão ao Dia Nacional
de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infantil, que foi celebrado na
quarta-feira (18).
O ciclo de oficinas e palestras foi oferecido a pelo menos 2 mil estudantes das redes
municipal e estadual, que foram orientados, através de vídeos e rodas de conversa,
sobre os limites que desconhecidos e até pessoas próximas devem respeitar no
contatos com eles.
Segundo dados do Colegiado Superior de Segurança Pública do Estado, Santa
Catarina registrou 714 casos abuso e exploração sexual infantil entre janeiro e abril
de 2022.
Um caso recente, também no Oeste, veio à tona em 12 de maio. Na ocasião, uma
criança de Chapecó denunciou o padrasto por violência sexual e pediu ajuda por
meio de um bilhete.
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