O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta segunda-feira (19) a lei que cria o Dia
Nacional da Educação Profissional. No fim de março, o Senado aprovou a iniciativa
da deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM/TO), que institui a data, a
ser celebrada anualmente em 23 de setembro.
De acordo com o Projeto de Lei 62/2015, um dos objetivos do Dia Nacional da
Educação Profissional será promover discussões sobre os desafios e
potencialidades dessa modalidade de educação, “fundamental para o
desenvolvimento da economia, da empregabilidade e da melhoria da qualidade de
vida dos brasileiros”.
O senador Izalci Lucas (PSDB/DF) comemorou a aprovação da proposta. Segundo
o congressista, é necessário melhorar a qualidade da educação profissional no
País.
“É preciso ofertar trajetórias de profissionalização robustas, capazes de responder
aos desafios de um mercado agora impactado por um conjunto de novas
tecnologias. Sabemos que a dificuldade de inserção dos jovens aqui no mercado de
trabalho é precedida pela falta de uma qualificação profissional adequada que os
torne aptos a acessar o mundo produtivo”, disse.
“Dia Nacional da Educação Profissional é uma forma de valorização do ser humano
no mundo do trabalho”, destaca senador Flávio Arns
Emprego
Doutor em Psicologia Educacional e pesquisador do Instituto Experto Brasil, Afonso
Galvão, afirma que a educação profissional é fundamental para inserir mais pessoas
no mercado de trabalho, além de suprir a falta de mão de obra qualificada que
diversos setores da economia acabam enfrentando.
“A educação profissional é muito importante porque é uma educação que é
geradora de emprego. As pessoas saem da educação profissional qualificadas e
encontram espaço no mercado de trabalho para aplicar seus conhecimentos.”
Jovens com formação técnica de nível médio têm mais facilidade para entrar no
mercado de trabalho do que aqueles formados no ensino médio regular para todas
as faixas etárias analisadas, segundo pesquisa da Consultoria IDados, que contou
com apoio da CNC, Sesc e Senac.
De acordo com o levantamento, entre 17 e 29 anos, por exemplo, os estudantes que
tiveram educação profissional passaram, em média, 20,6% do tempo desocupados.
Para quem fez o ensino médio regular, esse percentual sobe para 25,2%.
Para João Marcelo Borges, pesquisador do Centro de Desenvolvimento da Gestão
Pública e Políticas Educacionais, da Fundação Getulio Vargas, é preciso romper
com a ideia de que o ensino técnico é menos importante do que o ensino superior.
“Muito disso, está ligado ao nosso passado escravocrata, de um País voltado ao
bacharelado, que se importa mais com títulos do que com competências, que
valoriza mais o canudo e o diploma do que a capacidade efetiva de trabalho e de
abordar para produtividade das firmas, organizações e do País como um todo”,
critica.
Números da Educação Profissional
Segundo a versão 2020 do Anuário Brasileiro da Educação Básica, do movimento
Todos pela Educação, o Brasil tem 1,9 milhão de alunos matriculados na Educação
Profissional. Entre 2009 e 2019, o percentual de estudantes matriculados no Ensino
Médio e que fazem Educação Profissional passou de 11,6% para 18,7%.
No entanto, o resultado ainda está distante da realidade de países que fazem parte
da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE.
Nessas nações, o mesmo índice chega a quase 50%. No Distrito Federal, dos
151.570 estudantes matriculados no Ensino Médio, apenas 16,1%, o que equivale a
24.361, também estão inseridos na Educação Profissional.
Fonte: Brasil 61
MEC
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