sábado, 24 de abril de 2021

Mais de 5 milhões de crianças e adolescentes ficaram sem aulas em 2020

 O número de crianças e adolescentes sem acesso à educação no Brasil saltou de

1,1 milhão em 2019 para mais de 5 milhões em 2020. O dado faz parte de um

estudo lançado nesta quinta-feira pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância

(Unicef) em parceria com o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação.

Sob o título "Cenário da Exclusão Escolar no Brasil - um alerta sobre os impactos da

pandemia da Covid-19 na Educação", o levantamento detalha que, no ano passado,

o número de brasileiros com idade entre 6 e 17 anos fora da escola chegou a 1,5

milhão.

A suspensão das aulas presenciais e dificuldade de acesso à internet e à

tecnologia, entre outros fatores, fizeram com que esse percentual aumentasse ainda

mais. 3,7 milhões de crianças e adolescentes dessa mesma faixa etária

matriculados na escola não tiveram acesso a nenhuma atividade, seja impressa ou

digital, e não conseguiram manter o aprendizado em casa. Com isso, o total sem

acesso à educação em 2020 ultrapassou os 5 milhões.

De acordo com o estudo, as maiores porcentagens de crianças e adolescentes sem

acesso à educação estão nas regiões Norte e Nordeste, em áreas rurais. Além

disso, cerca de 70% daqueles sem acesso à educação são pretos, pardos e

indígenas.

O chefe de Educação do Unicef, Italo Dutra, alerta para o fato de que a exclusão

escolar voltou a atingir crianças de faixas etárias em que esse problema já tinha

sido praticamente resolvido no Brasil. Ainda segundo Dutra, o número de excluídos

hoje no país se assemelha à marca do início dos anos 2000.

Entre as recomendações para reverter esse quadro, o estudo lista a implementação

de um sistema de busca ativa para identificar aqueles que estão fora da escola; a

garantia de acesso à internet a todos; a realização de campanhas de comunicação

comunitária; e a mobilização das escolas no enfrentamento a exclusão escolar.

Outra ação considerada urgente é a reabertura das escolas, medida que deve ser

tomada seguindo os protocolos de segurança e de acordo com a situação de cada

localidade.

FONTE: RÁDIO AGÊNCIA NACIONAL

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