Gestores municipais optam entre continuidade do ensino
remoto e retomada das aulas presenciais
Com o início do
novo ano letivo, ainda em contexto de pandemia, os estados e municípios estão
optando entre a permanência da modalidade remota e a retomada do ensino
presencial. Com autonomia para a decisão, que tem como base além das
Secretarias de Educação as autoridades de saúde, está sendo levado em
consideração a incidência de casos e as condições para um retorno seguro.
Segundo o
presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime),
Luiz Miguel Garcia, o momento é de monitorar e avaliar os efeitos da segunda
onda de infecções, visando diminuir a defasagem e garantir que alunos não terão
prejuízo. A orientação é para que se sigam os protocolos determinados,
preferencialmente no âmbito municipal, dando segurança aos profissionais, às
famílias e aos alunos.
“Estamos vendo
vários países europeus já interromperem as atividades escolares de novo em um
processo de lockdown muito forte. É importante que haja uma preparação dos
municípios brasileiros, que estejam atentos a todos os dados de todo momento no
Brasil, monitorando e acompanhando essa segunda onda que nesse instante está em
crescimento”, pontuou.
Guia do FNDE orienta novos prefeitos
na área da Educação
MEC libera R$72 milhões para
manutenção de instituições de ensino
Como milhares de dirigentes assumiram no início deste ano a responsabilidade de
conduzir o ensino em seus municípios em meio a pandemia, a entidade elaborou o Caderno de Orientações — Fundamentos,
Políticas e Práticas — direcionado aos secretários municipais de
Educação. No documento, o gestor vai encontrar orientações que vão ajudá-lo a
planejar e conduzir a política educacional a nível local.
A Undime ressaltou que é função dos gestores locais a organização das escolas
municipais no âmbito físico, com adequações de instalações de higiene e ajustes
pedagógicos para que seja possível realizar uma retomada presencial segura. O
papel da União deve ser fornecer um apoio supletivo, criando políticas que deem
acesso às ações promovidas pelo município.
Para sanar
gradativamente as deficiências e prejuízos do período de pandemia, o presidente
da Undime definiu como fundamentais as políticas de inclusão digital. Luiz
Miguel Garcia avaliou como indispensáveis iniciativas no sentido de
disponibilizar equipamentos, chips e pacotes de acesso de dados para alunos
carentes, de forma a permitir a expansão de atividades remotas. Além disso,
também a capacitação de profissionais para desenvolver essas ações e
orientações à comunidade escolar, aos pais e alunos.
Como os municípios
estão se organizando
Além dos
protocolos de higiene, os gestores estão optando por medidas como a retomada
gradual, redução do horário presencial em sala de aula e outras ações para
tentar minimizar os riscos de contágio pelo vírus.
A Prefeitura de São Paulo autorizou o retorno das aulas presenciais na cidade a
partir do dia 1° de fevereiro. As escolas de toda a rede de ensino poderão
inicialmente operar com 35% da capacidade. Na rede municipal, o retorno dos
alunos será feito no dia 15 de fevereiro. Entretanto, as escolas particulares
têm autorização para iniciar antes, se assim desejarem.
“Será feito na próxima semana um trabalho de checagem em cada uma das 4 mil
escolas, quer seja da rede própria da educação e quer seja da rede parceira,
para ver se as mesmas têm condições da retomada das atividades presenciais. Não
tendo, não abriremos”, declarou o secretário municipal de Educação, Fernando
Padula. Segundo ele, também está sendo feito o investimento em capacitação para
educação híbrida.
A Prefeitura de Joinville, no Norte do estado de Santa Catarina, optou pelo
retorno presencial dos alunos da rede municipal de ensino no dia 8 de
fevereiro. As turmas serão divididas em dois grupos, que se revezarão
semanalmente e os pais ou responsáveis podem optar pela continuação do ensino
remoto.
O secretário municipal de Educação, Diego Calegari, explicou as medidas
incluídas no planejamento para uma retomada segura. “Primeiro obviamente para
manter as medidas de segurança, manter o distanciamento necessário para que
haja uma eliminação, uma minimização de qualquer risco de contaminação. E
segundo para devolver de fato o direito à aprendizagem dos nossos alunos uma
vez que a gente sabe que esse momento presencial com o professor, as
explicações, as atividades em sala são fundamentais para a aprendizagem”,
disse.
O município de Acrelândia deve retomar as aulas ainda de maneira remota no dia 8 de fevereiro para a conclusão do ano letivo de 2020, com as medidas de isolamento não houve tempo hábil para ser finalizado no ano passado. A medida segue o calendário da Secretaria de Estado de Educação. Segundo o secretário de Educação, Cultura e Esportes do município, professor Nilson Mendes, a expectativa para o início do calendário letivo de 2021 e retorno presencial é para o mês de maio.
“Isso vai depender
da campanha de vacinação que o nosso governo estadual está preparando.
Recebemos a solicitação do pessoal da saúde e encaminhamos ao setor responsável
a lista dos profissionais da educação, para que tenham acesso a esses nomes e
organizem os cronogramas”, contou.
O plano de
imunização estadual prevê a vacinação da faixa etária de 20 a 59 anos que não
estejam incluídos nos públicos prioritários estabelecidos pelo Ministério da
Saúde.
Caso a gestão municipal opte pela retomada da atividade presencial, o retorno é
obrigatório aos profissionais da educação que não tenham comorbidades. No caso
dos alunos a decisão cabe também às secretarias de cada região, mas em geral a
volta presencial não é obrigatória, ficando a critério dos pais.
Fonte: Brasil 61
Nenhum comentário:
Postar um comentário